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Matéria de Giuliano Agmont na Revista Saúde sobre os benefícios de ter um blog:

A versão digital dos antigos diários tornou-se uma mania na internet e inúmeras pessoas já usufruem de seus benefícios, inclusive os terapêuticos. Embora falte literatura científica sobre o assunto, os especialistas admitem que a escrita possa contribuir direta ou indiretamente para o tratamento de doenças, físicas e psíquicas. O hábito de escrever alivia o estresse de pacientes com câncer, atesta a psico-oncologista Luciana Holtz, de São Paulo. Além dos blogs, a internet é pródiga em comunidades formadas por portadores de uma mesma doença, que funcionam como grupos de apoio virtuais alimentados por depoimentos em forma de texto. Segundo a terapeuta, o distanciamento proporcionado pela escrita contribui para a coesão desses grupos, que certamente se desfariam diante da morte de um integrante, por exemplo, caso fossem presenciais.

A escritora e psicóloga Sonia Belloto, de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, é uma entusiasta dos blogs e comunidades da internet. O texto é um amigo disponível a qualquer hora, comenta. Ele nos obriga a pensar, ajuda a refletir e, por ser uma atividade solitária, favorece o autoconhecimento. Além disso, ativa a memória e funciona como uma espécie de academia para o cérebro ao facilitar a liberação de dopamina, um neurotransmissor que estimula o sistema nervoso e contribui para a saúde do corpo.

O psicólogo italiano Luigi Solano, professor de psicossomática da Universidade La Sapienza, em Roma, ressalta que a escrita em si não cura, mas pode trazer, sim, benefícios à saúde. Ele costuma aplicar nos pacientes uma técnica de registro escrito com resultados surpreendentes. Observei redução no uso de serviços médicos, melhora na resposta imunológica em casos de asma e artrite reumatóide, diminuição da depressão pós-parto, controle glicêmico mais eficiente em diabéticos, aumento da resistência a infecções oportunistas em pacientes com aids e redução do tempo de recuperação pós-cirúrgica, enumera. Solano, no entanto, faz questão de frisar a importância de que esses relatos escritos tenham acompanhamento profissional. O psicólogo acredita que as memórias traumáticas permaneçam no cérebro como um corpo estranho, produzindo algo que se poderia comparar com toxinas. Elaborar o texto ajuda a diluir essas experiências negativas, garante.

O psiquiatra Geraldo Possendoro, professor da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp, concorda que esse ato intimista alivia a ansiedade, mas tem uma visão mais pragmática do assunto. Ele encara o papel e a tela do computador como extensões da memória. O auto-registro é um método consagrado pela terapia cognitivo-comportamental, que ajuda o terapeuta a identificar as causas de um trauma psíquico, explica o médico. Ou seja, o relato escrito do paciente nos permite identificar os gatilhos das crises nervosas, já que há ali detalhes que poderiam ser esquecidos.

1 comentários:

Mariana disse...

Olá Nathália, estou conhecendo seu blog hj, ele está bem interessante com matérias super legais, já estou até te seguindo.
Bjussss

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