Desta vez é diferente!

Meu nome é Nathália e eu estou com 95,3 kg. Mas há um mês atrás havia atingido a marca de 91kg. Meu problema com a balança iniciou na infância. Lembro que na 4ª série a professora chamou eu e mais duas meninas gordinhas da classe para nos dar uma apostila sobre menstruação, distribuída por uma companhia de absorventes. Apesar dos apelidos de "rolha de poço" e "quatro olhos" (sim, eu também uso óculos!), acho que foi naquele momento que eu notei que eu era diferente. Não sei explicar o porque do livrinho ter me marcado, e não os apelidos...
Então, dos 10 aos 14 anos eu fui gordinha, e decidi emagrecer. Também ajudou eu ter entrado na adolescência e haver crescido. Cheguei aos 48 kg (tenho 1,62m), fazendo a dieta de Beverly Hills... Lembro de dois momentos: passei mal no dia de comer só melância (por que será? hehehe); e de estar no banheiro sentada no vaso e olhar para as minhas pernas, tão fininhas que fiquei incomodada. Saí da dieta e voltei a um peso normal, entre 55 e 60kg. Tenho ossos grandes, então se fico muito magra, os ossos ficam todos marcados e eu acho isso feio.
E fui indo mais ou menos assim até os 24 anos, mantendo este peso, engordando um pouco, fazendo dieta, engordando, fazendo dieta... Casei, e logo no primeiro ano tive que tirar um dos ovários. Eu, que nunca havia pensado seriamente em ter filhos, tive o sentimento de que precisava fazer isso logo. E começamos a tentar engravidar. Passaram dois anos e eu engordando cada vez mais, pela ansiedade, pela angústia, e basicamente pela neurose.
Finalmente, engravidei, e cheguei aos 98 quilos (ou mais, pois a última vez que me pesei foi duas semanas antes do parto). Fiquei imensa, mas estava tão feliz que nem notei...
Na segunda gravidez (que levou apenas 6 meses para acontecer) não engordei tanto, devo ter chegado aos 96kg. Isso foi há 10 anos, e juntando com a primeira gravidez e os dois anos antes dela, eu estou gorda há 15 anos. Mas na verdade eu nunca fui magra, eu sempre pensei como uma pessoa gorda, tanto que vivia de dieta, tentando correr atrás de um peso que eu nunca consegui manter sem esforço.
Agora estou com 40 anos. Faço 41 em fevereiro do ano que vem e decido mudar este fator na minha vida. Obesidade nunca mais. Mas em que esta decisão é diferente das outras?
1º) Estou fazendo terapia há 2 anos e já tenho noção de porque eu preciso comer, que buraco emocional eu preciso tapar. Estou de dieta há 1 mês e neste meio tempo tive minha bicicleta roubada, eu e meu marido estamos com problemas no casamento e mesmo assim eu não sai da dieta. Para mim e minha fome emocional isso foi uma vitória.
2º) Entrei no Vigilantes do Peso. Tudo bem que é a 2ª vez, e na primeira eu não segui, sai depois das 12 semanas para fazer em casa, porque era caro (pelo menos foi esta a desculpa que escolhi). Mas desta vez eu entrei com a minha irmã, e nós duas vamos juntas, e desta maneira acabamos nos apoiando mutuamente. E também o momento da minha vida é diferente. Outro fator legal é que eles não aplaudem mais quem emagrece!!!!
3º) Não deixei de comer doces. Eu tinha um padrão: dieta radical por 1-2 semanas, aí caia em tentação, jogava tudo para o alto por 1-2 meses e só então retornava à dieta. Desta vez incluo alguns docinhos durante a semana: pudim diet, mini bis, barrinha de cereais de chocolate, etc. E no final de semana (após a pesagem de sábado, hehehe) eu me permito comer algo bem gostoso que estou com vontade. Na primeira semana foi mousse de chocolate; na segunda foi o sorvete do McDonalds; na terceira (ih, esqueci) e na quarta foi a torta crocante do Habibs. Desta maneira estou há um mês emagrecendo e não estou ansiosa nem louca por açúcar.
4º) Meu filho, que também é cheinho, está superanimado e também se alimentando melhor. Ajuda eu comprar alimentos mais saudáveis, mas meu exemplo também é importante.
Acho que é isso! Conforme for me lembrando de mais fatores, vou atualizando!